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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

[Conto 7] Fogo

Eu entrei no seu carro relutante. Mas era só charme, você sabia disso. Eu estava me fazendo de difícil há algum tempo, e você, pacientemente, fazendo tudo pra eu quebrar a barreira. A questão era: quanto tempo eu levaria pra encontrar seus olhos profundamente conectados aos meus para, enfim, me render de vez? Bastava um olhar seu e todo meu esforço, toda minha frieza ia pra água abaixo.

E você sabia disso, seu safado!

Você ligou o som apenas para ter motivo pra conversar. Então, vi sua mão descer do rádio lentamente até minha coxa. Maldita - ou bendita - hora na qual escolhi aquela saia pequenininha que você gosta tanto. Tirei sua mão suavemente deixando um gostinho de quero mais, mas ao mesmo tempo dizendo "Não". Mas você sabe que sou uma mentirosa e que minto muito mal. Eu queria. Mais que tudo, eu queria.

E você sabe melhor do que ninguém que nosso beijo é como fogo... Queima de um jeito que nenhum outro beijo no mundo faz. Com ele podemos incendiar Londres, Paris, Madri, Lisboa... Onde você quiser. E sabendo disso, você me provoca procurando por minha boca tentando não desviar da estrada.

Já é tarde, e uso a velha desculpa que preciso ir pra casa. Você me pede pra ficar, e eu digo "Não". Mas você sabe que quero ficar. Quero fazê-lo queimar até virar pó. Quero queimar você com meu fogo de um jeito que você nunca mais poderá ser queimado. Você insiste mais uma vez, se aproximando, sabendo que a qualquer momento eu poderei ceder.

E assim eu o faço. Saímos do carro, resistindo à tentação de queimarmos ali mesmo, no vão - que pareceu longo - entre o carro e a porta da minha casa. Sabia. Desde o momento que entrei no carro dele eu sabia que terminaríamos assim. No fogo. Queimados até as cinzas.

Quando menos percebo, já estamos no fogo. Já estamos queimando toda a casa por onde passamos. Porta, corredor, parede, cama, parede, mesa, banho, parede, porta, cama, chão, sofá, chão, parede... Apenas queimando.

Pode me queimar, mas não se esqueça que eu posso transformar você em cinzas com um estalar de dedos.


Homenagem a @dihc123 (especialmente ele), @GilsonOaken, @AndDih e @Maximo_Thay

sábado, 20 de novembro de 2010

[Conto 6] Três...

Eu chamei. Você atendeu. Você sabia que íamos chegar a isto em algum momento. Você sempre soube do meu desejo. "Vamos?" "Sim, porque não?". Depois de implorar de joelhos, você aceitou. Não foi fácil; você disse que isso era errado. Não, não mesmo. É apenas diversão.

Vamos sair e nos divertir. A vida é curta e temos que aproveitar. Nada de discursos de castidade ou puritanismo. Não que não seja pecado o que faremos - para mim não é -, mas se quiser podemos conversar sobre o número. Um é sem graça; dois é clichê; já três... o três é tentador e diferente. Sei que você gosta do dois, mas não custa nada tentar o três... ou o quatro... ou o cinco...

Eu lhe pedi de joelhos novamente, implorando... De joelhos, do jeito que você gosta. Aí sim você me atendeu e disse "eu, você e ela", enquanto que eu disse "eu, você e ele". Podemos fazer quantas vezes você quiser, mas o número tem que ser o três. Eu sei que no fundo você quer... Você quer muito... Sei também que você quer um pedacinho de mim, mas eu só vou dar quando fizermos o três.

Apesar de gostar do três, meu número da sorte é sete. Será que eu conseguiria chegar a sete? Muita pretensão ou apenas um desejo infinito de brincar? Eu gosto de brincar, então, por que resistir? Minha brincadeira é muito mais divertida do que a sua de Príncipe e Princesa. Eu gosto dos vilões e você ainda não percebeu isso.

Você prefere o dois, mas não sabe o quão bom pode ser o três... o quatro... no chão... na cama... na mesa... no banho...

domingo, 17 de outubro de 2010

[Conto 5] Coisas más

Ahh com eu quero. Não só hoje, não só esta noite. Sempre. Eu quero sempre.

Você me deixou assim, rapaz. Não adianta fugir. Você queria que eu desejasse você mais que tudo no mundo e agora que você conseguiu, está me ignorando, me esnobando? Jamais! Eu quero... E você sabe o que eu quero. Aaahh, como quero... Você veio com seu jeito de menino, sempre brincando, sempre entrando em meus jogos. Sempre me seduzindo com esses olhos tão verdes... Agora eu quero, garoto. Aaahh, se quero!

Me deixar na vontade não vai adiantar de nada. Você será meu. É como dizem: quem brinca com fogo, pode se queimar. Você me deixou no fogo, e agora quero queimar você. Não consegue apagar? Então, porque jogou o fósforo, sabendo que eu era gasolina? Por que insistiu tanto em querer me ver queimar?

Ah, garoto, você não faz idéia do quão tentador você é para mim. Seu caminhãozinho não é suficiente para mim. Traga um maior e enche-o de água... Ou de mais gasolina... Você escolhe. Se render e se entregar, ou ficar tentado e apenas imaginar como seria ter a mim em sua cama. Imagine, garoto. Apenas imagine e me dê a resposta...

Mas se demorar demais, pode ser que apareça outro com um caminhão do meu porte e traga a água que preciso para me acalmar, e mesmo estando com ele, estarei pensando em você. Na forma como você aumentou meu fogo, como você me atiçou...Ahhh, como eu quero, garoto... Aaahh, se quero...

Eu quero fazer coisas más com você.



- Homenagem à @GilsonOaken, @Maximo_Thay, @AndDih, @romulofelipe e @nontha_23.

sábado, 17 de julho de 2010

[Conto 3] Sobrenome

Aaaaahhhh, ontem à noite. Que noite. Talvez eu tenha tomado um pouco demais do meu veneno. Eu nem pensei. Quando o vi entrando por aquela porta grande demais pro meu gosto, nem pensei. Aqueles perseguidores olhos verdes. Verdes demais pro meu gosto. E aquela boca, huh? Tão apetitosa...

Mas não me lembro nem do sobrenome dele. Seu nome era Jacob, mas ele se apresentou como Jake. E essa palavra ficou na boca a noite toda... A cada toque, a cada suspiro, a cada movimento... Noite passada me servi um pouco demais do meu veneno e nem pensei. Nem conseguia com olhos tão verdes me seduzindo, me desejando...

Era pra ser apenas uns amassos pra matar o tédio naquela festa chata. Ainda bem que não foi só isso. Melhor noite que a que eu tive ontem nunca mais terei. Sei que você deve tá pensando que posso repetir a noite passada. Não, não posso. Acabei perdendo o número dele e se, por algum milagre, ele ainda tem o meu, não creio que vá ligar.

Ele só tinha um defeito: a esposa. Não sei como uma mulher tem a sorte de ter um homem daqueles na cama e aparentemente não dá conta do recado. Ah, como ele parecia insatisfeito... Tomara que ele tenha se satisfeito ontem à noite com eu, assim, quem sabe, ele pode me ligar, mas nem tenho esperanças.

Ontem à noite... Ah, como eu queria que ontem à noite nunca acabasse. Mas acabou e agora tenho que seguir em frente, mesmo sabendo que nunca mais terei uma noite daquelas. Ahh, ontem à noite. E minha mãe ficaria muito, muito, muito envergonhada se soubesse. Ohh, se ficaria...

Ainda pensando nele, meu telefone toca. Minha mente louca pensar por um segundo que poderia ser ele. Não, não acho. Mudando de idéia, rapidamente atendo nem vendo qual o número. Ops. Me dei bem.