Minha prateleira

Mostrando postagens com marcador safadeza oculta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador safadeza oculta. Mostrar todas as postagens

sábado, 20 de novembro de 2010

[Conto 6] Três...

Eu chamei. Você atendeu. Você sabia que íamos chegar a isto em algum momento. Você sempre soube do meu desejo. "Vamos?" "Sim, porque não?". Depois de implorar de joelhos, você aceitou. Não foi fácil; você disse que isso era errado. Não, não mesmo. É apenas diversão.

Vamos sair e nos divertir. A vida é curta e temos que aproveitar. Nada de discursos de castidade ou puritanismo. Não que não seja pecado o que faremos - para mim não é -, mas se quiser podemos conversar sobre o número. Um é sem graça; dois é clichê; já três... o três é tentador e diferente. Sei que você gosta do dois, mas não custa nada tentar o três... ou o quatro... ou o cinco...

Eu lhe pedi de joelhos novamente, implorando... De joelhos, do jeito que você gosta. Aí sim você me atendeu e disse "eu, você e ela", enquanto que eu disse "eu, você e ele". Podemos fazer quantas vezes você quiser, mas o número tem que ser o três. Eu sei que no fundo você quer... Você quer muito... Sei também que você quer um pedacinho de mim, mas eu só vou dar quando fizermos o três.

Apesar de gostar do três, meu número da sorte é sete. Será que eu conseguiria chegar a sete? Muita pretensão ou apenas um desejo infinito de brincar? Eu gosto de brincar, então, por que resistir? Minha brincadeira é muito mais divertida do que a sua de Príncipe e Princesa. Eu gosto dos vilões e você ainda não percebeu isso.

Você prefere o dois, mas não sabe o quão bom pode ser o três... o quatro... no chão... na cama... na mesa... no banho...

domingo, 17 de outubro de 2010

[Conto 5] Coisas más

Ahh com eu quero. Não só hoje, não só esta noite. Sempre. Eu quero sempre.

Você me deixou assim, rapaz. Não adianta fugir. Você queria que eu desejasse você mais que tudo no mundo e agora que você conseguiu, está me ignorando, me esnobando? Jamais! Eu quero... E você sabe o que eu quero. Aaahh, como quero... Você veio com seu jeito de menino, sempre brincando, sempre entrando em meus jogos. Sempre me seduzindo com esses olhos tão verdes... Agora eu quero, garoto. Aaahh, se quero!

Me deixar na vontade não vai adiantar de nada. Você será meu. É como dizem: quem brinca com fogo, pode se queimar. Você me deixou no fogo, e agora quero queimar você. Não consegue apagar? Então, porque jogou o fósforo, sabendo que eu era gasolina? Por que insistiu tanto em querer me ver queimar?

Ah, garoto, você não faz idéia do quão tentador você é para mim. Seu caminhãozinho não é suficiente para mim. Traga um maior e enche-o de água... Ou de mais gasolina... Você escolhe. Se render e se entregar, ou ficar tentado e apenas imaginar como seria ter a mim em sua cama. Imagine, garoto. Apenas imagine e me dê a resposta...

Mas se demorar demais, pode ser que apareça outro com um caminhão do meu porte e traga a água que preciso para me acalmar, e mesmo estando com ele, estarei pensando em você. Na forma como você aumentou meu fogo, como você me atiçou...Ahhh, como eu quero, garoto... Aaahh, se quero...

Eu quero fazer coisas más com você.



- Homenagem à @GilsonOaken, @Maximo_Thay, @AndDih, @romulofelipe e @nontha_23.

[Conto 4] Espero que sofra...

Todo dia a mesma coisa. Acordo no finalzinho da tarde, e você nem está em casa. Talvez esteja no trabalho, talvez esteja num cabaret, talvez esteja com ela... No fundo, não me importo. No fundo, estou mentindo... Me pergunto qual a sensação que você tem quando chega em casa e não me encontra mais lá. Adoro imaginar isso.

Já faz um tempo que quero me livrar de você. Não porque não gosto mais de você, mas porque você não merece me ter. Verdade seja dita: eu sou boa demais pra você. Então, me pergunto aonde está aquele seu sorriso presunçoso? Aonde está o seu brilhoso carro? Nunca o vi tão tenso. Relaxe, querido. Agora é minha chance de mostrar pra você do que sou capaz.

Realmente espero que você sofra. Por tudo que ficou contido, por tudo que ficou escondido. Por tudo que não dissemos a nós mesmos. Por minhas palavras engolidas no meio da noite. Pelas lágrimas choradas no canto do quarto escuro quando você deveria estar lá me consolando, me apoiando.

Realmente espero que você sofra por todas as vezes que aguentei você com ela; por todas as vezes que ouvi o nome dela saindo da sua boca; por todas as vezes que tive que recorrer a outros porque você não dava conta. E agora que superei você, agora que somos realmente só amigos, você me quer?

Espero que sofra. Agora é minha vez da vingança. Estou no seu jogo. Você pensou que sua brincadeirinha era para apenas um jogador. Enganou-se, amor. Sou tão boa nesse jogo quanto você. Sou a Afrodite do século moderno. Sou de ninguém, mas todos são meus.

Só espero que você sofra. Consegui virar o jogo e agora quem fica sentindo minha falta é você. Tchauzinho, meu bem, pois agora quem vai sofrer é você.


sábado, 17 de julho de 2010

[Conto 3] Sobrenome

Aaaaahhhh, ontem à noite. Que noite. Talvez eu tenha tomado um pouco demais do meu veneno. Eu nem pensei. Quando o vi entrando por aquela porta grande demais pro meu gosto, nem pensei. Aqueles perseguidores olhos verdes. Verdes demais pro meu gosto. E aquela boca, huh? Tão apetitosa...

Mas não me lembro nem do sobrenome dele. Seu nome era Jacob, mas ele se apresentou como Jake. E essa palavra ficou na boca a noite toda... A cada toque, a cada suspiro, a cada movimento... Noite passada me servi um pouco demais do meu veneno e nem pensei. Nem conseguia com olhos tão verdes me seduzindo, me desejando...

Era pra ser apenas uns amassos pra matar o tédio naquela festa chata. Ainda bem que não foi só isso. Melhor noite que a que eu tive ontem nunca mais terei. Sei que você deve tá pensando que posso repetir a noite passada. Não, não posso. Acabei perdendo o número dele e se, por algum milagre, ele ainda tem o meu, não creio que vá ligar.

Ele só tinha um defeito: a esposa. Não sei como uma mulher tem a sorte de ter um homem daqueles na cama e aparentemente não dá conta do recado. Ah, como ele parecia insatisfeito... Tomara que ele tenha se satisfeito ontem à noite com eu, assim, quem sabe, ele pode me ligar, mas nem tenho esperanças.

Ontem à noite... Ah, como eu queria que ontem à noite nunca acabasse. Mas acabou e agora tenho que seguir em frente, mesmo sabendo que nunca mais terei uma noite daquelas. Ahh, ontem à noite. E minha mãe ficaria muito, muito, muito envergonhada se soubesse. Ohh, se ficaria...

Ainda pensando nele, meu telefone toca. Minha mente louca pensar por um segundo que poderia ser ele. Não, não acho. Mudando de idéia, rapidamente atendo nem vendo qual o número. Ops. Me dei bem.